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Aprendizagem intercultural: educação para desenvolvimento sustentável

Reconhecer outra cultura é mais do que visitar e descobrir os encantos e os estranhamentos que o diferente possa suscitar. É compreender, aceitar e por vezes até incorporar um hábito do outro. Trata-se de um desafio, pois é um exercício de respeito enorme, sobretudo ao que de tão incomum, poderia até ofender, se pautado exclusivamente na própria referência do sujeito que se dispôs a interagir com o novo. Exige uma prática cotidiana sem juízo de valor, para que todos os povos possam se desenvolver de forma sustentável.
Num sentido mais amplo pode-se afirmar que a aprendizagem intercultural traduz a maneira como os sujeitos que têm diferentes modos de ser e de viver conseguem conviver de maneira pacífica e harmoniosa entre si. Este processo é fundamental para a construção de uma sociedade intercultural que respeita e dialoga com o outro.
A prática dos encontros interculturais tem como objetivo a elevação da competência intercultural. Apenas através da comunicação e troca de experiências entre as várias culturas será possível o estabelecimento de interação entre elas.
Neste processo a cultura assume um papel de relevo na socialização do indivíduo, quer no seu processo de interiorização do mundo, quer na exteriorização do seu relacionamento com esse mesmo mundo. Este processo interativo é a única possibilidade de se evitar que uma cultura subjugue a outra.
Contudo a maioria das tentativas não é bem sucedida, porque há uma tendência natural de não aceitação do que possa causar rompimento com a coesão de conduta do grupo inicial ao qual se pertença. Por isso alguns pressupostos sociais e situacionais são considerados indispensáveis para que ocorra a aprendizagem intercultural. Entre eles estão o voluntarismo do contacto, a igualdade de estatutos, a intensidade, nomeadamente, a profundidade do contato, assim como o suporte normativo do contato. Condições pessoais prévias são, por exemplo, a estabilidade emocional, a abertura a novas experiências e uma reduzida atitude etnocêntrica entre os participantes. Claro que não se pretende esgotar a construção deste pano de fundo, mas no mínimo sensibilizar os participantes para a questão.
Ainda pensando na sustentabilidade do desenvolvimento das diversas culturas, outro tema que será abordado é a Cristalografia, pois este é o ano de destaque internacional para este recurso. Os cristais fazem parte de nossa vida e nem nos damos conta do quanto estão inseridos em nosso dia a dia e de como são indispensáveis. A exemplo disso, há um século foi descoberto o raio X, pautado nos estudos de simetria dos cristais, aspecto que capturou o interesse do homem e conduziu a pesquisas. No Raio X há uma radiação eletromagnética, que sofre difração pela assimetria do cristal e permite interpretar padrões de imagens. A descoberta do DNA em dupla hélice foi possível por meio da cristalografia, bem como a descoberta de mais de 90 mil estruturas moleculares. Estes trabalhos promoveram avanços na área da saúde.
Hoje a cristalografia é espinha dorsal da indústria farmacêutica, aeronáutica, alimentícia, computadores, enfim essencial para desenvolvimento da maioria de materiais. Deve-se investir neste recurso que está ao alcance de todos,  para desfrutar deste benefício, bastam equipamentos relativamente simples desenvolvidos nas universidades. Contudo, alerta Irina Bokova (Diretora Geral da UNESCO), é indispensável para o desenvolvimento de todos, que o uso seja uma prática sustentável. 
Este trabalho desenvolvido no Colégio CERMAC tem por objetivo o diálogo intercultural por meio da educação, com práticas das ciências, da cultura, da comunicação e da informação. Espera-se que os migrantes convidados a participar e os que forem apreciar este trabalho possam a favor da defesa dos valores de cada nação, acolher as diferenças para além do que lhe for confortavelmente familiar.
Desenvolveremos os temas durante todo o ano letivo, nas aulas e nos eventos, inclusive na Mostra de Ciências e Cultura.
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